Segundo a nota, a empresa melhorou a capacidade de resolução de incidentes ambientais e, por isso, não justifica o embargo de 50% imposto anteriormente. Porém, liberação para retorno das atividades ainda depende de autorização da Justiça.
Por G1 PA — Belém
16/01/2019
A Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará (Semas) divulgou uma nota técnica que assegura que a Hydro Alunorte pode operear com 100% da capacidade no município de Barcarena, nordeste do estado. De acordo com o parecer divulgado nesta quarta-feira (16), a Semas entende que a empresa melhorou a capacidade de resolução de incidentes ambientais ao ponto de não existir mais riscos que justificassem o embargo de 50% da produção.]
Refinaria da Hydro em Barcarena, no Pará — Foto: Tarso Sarraf / O Liberal
A refinaria norueguesa está funcionando com 50% da produção desde fevereiro de 2018 por determinação da Justiça. A empresa tinha sido denunciada pelo despejo irregular de resíduos em rios e igarapés da região, causando danos ao meio ambiente e à população local.
Ainda de acordo com a Semas, a nota técnica poderia liberar a produção da empresa se a mineradora tivesse apenas pendências de controle administrativo. Porém, como há uma ação judicial em curso, a Semas alerta que será necessária uma análise da Justiça para o retorno das atividades.
hydro baracrena pará fábrica vazamento — Foto: Tarso Sarraf / O Liberal
Em nota, a Hydro Alunorte informou que a decisão da SEMAS é um reconhecimento importante de que as operações da Alunorte são seguras. A empresa ainda disse que deve continuar o diálogo com as autoridades para alcançar a plena retomada da produção.
Entenda o caso
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, resíduos de bauxita contaminada vazaram da Hydro Alunorte para o meio ambiente após fortes chuvas em Barcarena. Após uma vistoria com a presença da procuradoria do Ministério Público, foi identificado uma tubulação clandestina que saída da refinaria e despejava rejeitos que contaminaram o solo da floresta e rios das localidades próximas. Ainda foram encontradas outras duas tubulações ilegais que tinham a mesma finalidade.
O Instituto Evandro Chagas realizou coletas de solo e água nas comunidades que ficam ao redor da Hydro e após análise em laboratório foi constatado alteração nos elementos químicos presentes no solo, além da presença de metais pesados e cancerígenos como chumbo. A Hydro encomendou um estudo que refutou as análises do IEC e negou que houve contaminação.
A empresa recebeu sanções da Justiça que determinaram a redução de sua produção em 50% até a solução dos problemas apontados pelas autoridades fossem sanados. A empresa também foi multada em R$ 150 milhões por danos ao meios ambientes.
FONTE: G1 Belém